Álbum de Fotografias

albunsfotos.gifHoje pela manhã, virando as páginas de um velho álbum de família, a saudade invadiu minhas pupilas, e as lembranças dançaram uma ciranda no meu peito, com direito a sol do fim de Maio,
tarde de sábado, a paz dos sorrisos nascidos da ternura, cabelos recém lavados, roupas confortáveis, ruas vazias, um passeio de bondinho, as promessas de um velho armazém
abarrotado de delícias, onde os adultos sempre ficavam desfiando conversas, enquanto as crianças brincavam saltitantes, chupando balas...

A visão das bandeirinhas tremulando sob o fundo anil do céu, anunciando as festas de São João e a quermesse da escola, os amigos que sentavam perto da janela, vendo o alvoroço que surgia nos primeiros sinais do fim da tarde, quando o cheiro de café e o inconfundível perfume do bolo de fubá subiam pelas ruas um pouco mais movimentadas...

Um tempo de abraços mais fáceis e de mãos entrelaçadas, dias para o prazer de sair em família,
gente da gente, cúmplices de alegrias e rotinas cheias de carinho...

Hoje, olhando as velhas gravuras e fotos de um álbum de família, eu desejei reviver ao menos um segundo aqueles tempos, para me enroscar nos braços do meu pai, beijar o rosto meigo de minha mãe, brincar com meus irmãos, pular amarelinha, comer pipoca e algodão doce no carrossel da pracinha, ver a lua nascer no caminho de volta, enquanto eu, tonta de sono e de alegria, pendurava meus sonhos no colo de alguém que sempre foi o bem da minha vida.
É...
Um dia tudo muda, e a gente nem percebe o muito que perdeu...
Mas hoje, revendo esses momentos, confesso que doeu.
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7/08/2004
artigo recebido por repasse, via Internet  (s/autoria)

ANOTAÇÃO:
Mas homem que é homem não chora, não é?
Ou pode chorar se precisar? E sem ninguém ver? Bem escondidinho?
Acho que pode, sim senhor! Saco lacrimal é unisexo! E desgosto também!
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Laura B. Martins

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LauraBM às 21:10